Mestre

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica da pele associada com antecedentes genéticos e fatores ambientais. O curso da doença é caracterizado por manifestações clínicas bifásicas que estão intimamente relacionadas com o tráfico seletivo de células Th2 e Th1 a partir de sangue periférico para a pele através da expressão de moléculas de adesão e os receptores de quimiocinas. Assim, na forma aguda de DA, os pacientes apresentam produção de IL-4 em conjunto com uma elevada frequência de CCR4 + Th2, que está relacionada com a gravidade da doença. Seguidamente, o IFN-γ foi detectado na fase crônica, refletindo a predominância de células CXCR3 + Th1.
Uma forte associação inversa entre atopia e ativas infecções por helmintos tem sido demonstrada. No que diz respeito aos sintomas da DA, Cooper et al. apontaram que a presença de infecções geohelminticas não oferece proteção contra eczema atópico. Em contraste, foi demonstrado que a anterior ou atual infecção por A. lumbricoides pode reduzir a freqüência de eczema atópico em escolares. Recentemente, observamos que ascaridíase diminuiu a freqüência da dermatite grave em crianças a partir de uma área urbana endêmica para esta helmintíase. Neste estudo, investigou-se a frequência células de CCR4 + Th2 e CXCR3 + Th1 no sangue periférico de crianças A. lumbricoides - DA infectadas.
O estudo foi realizado em Pedregal, uma área de baixo índice socioeconômico na cidade de Campina Grande, Brasil, onde uma elevada prevalência de DA tem sido observada. Todos os pais ou responsáveis das crianças (idade entre 2 a 10 anos), após a apresentação de autorização por escrito para participar no estudo, foram questionados sobre sintomas de DA através do questionário do Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância (ISAAC). Os dados clínicos e amostras de fezes (Ritchie; Kato-Katz métodos) foram coletados durante um período de 18 meses. Todas as crianças com resultados positivos para infecção por geohelminto foram