mestranda
Maria Helissa de Medeiros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Este trabalho parte do pressuposto de que o romance A cidade e as serras, de Eça de Queirós constitui-se de um duplo movimento, mas sempre articulado um ao outro. Um voltado para experiência urbana com a idéia de que o mundo moderno institui a cidade como espaço de civilização; outro vinculado a modos de vida baseados na experiência rural, mais espontânea e igualmente tradicional. Portanto, analisa-se questões voltadas para o campo crítico-social que permeiam a vida e a história do povo português e perpassam a narrativa de Eça de Queirós, forma esta, tanto de chamar a atenção para a preservação da tradição campesina, como também evocar protesto social do presente moderno insatisfatório, observando seu caráter paradoxal. Como orientação de leitura sobre campo e cidade, teremos como principal fundamentação as reflexões de Raymond Williams constantes no livro O campo e a cidade: na História e na Literatura. A pesquisa apóia-se no referencial teórico sistematizado por Gerd A. Bornheim (1987) acerca de O conceito de tradição. E, ainda, à luz da teoria empreendida por Antonio Candido em Os parceiros do rio bonito, para esclarecer aspectos da tradição e da cultura rústica ao se referir à cultura do campo. A pesquisa adotará o método de estudo, segundo a perspectiva de Antonio Candido constante em Literatura e sociedade, tendo em vista que a nossa investigação compreenderá a articulação entre o literário e a vida social e histórica. Observar-se-á o modo como nas Cidades e nas Serras se conjugam questões de ordem estética e social.
Palavras-chave: tradição, modernidade, campo, cidade, literatura e sociedade.
O tradicional e o moderno: um elo entre o campo e a cidade No romance A cidade e as serras, Eça de Queirós assume uma postura dialógica entre campo e cidade, ilustrando que a história da