Mestrado
A lei do nazireato, ou simplesmente voto de nazireu, codificado em Nm 6,1-21, pode ser entendido de modo geral como uma consagração a Deus. Contudo, diferente dos outros votos comuns ao povo de Israel, possui status de consagração especial, indicando o elevado grau de santidade presente no voto, que excedia a dos sacerdotes comuns.
Esta característica de consagração especial, que pode ser feita tanto por homens como por mulheres, é observada sobretudo nos três interditos aos quais aquele que faz o voto está sujeito: 1. “O nazireu se privará de vinho e de bebidas fermentadas...”; 2. “A navalha não passará por sua cabeça”: ele deixará seus cabelos crescerem livremente; 3. “Não se aproximará de morto: nem por seu pai ou por sua mãe nem por seu irmão ou por sua irmã”.
A partir dessas proibições, e tendo em conta que o texto é de uma época em que a necessidade de resistir às adversidades encontradas pelo povo no exílio da Babilônia era eminente, é possível ver o voto de nazireu como um modelo de conduta, um sinal do comportamento que o povo deve ter para manter-se como povo santo e consagrado ao Senhor.
Assim, o nazireu é para o povo um convite a retomar a austeridade dos tempos em que caminhava no deserto, a tornar presente a consciência de ser todo consagrado a Deus e a viver o dever de exclusividade e fidelidade na adoração a Deus.
O Principio do Nazireado em Nm 6:1-12;
Nazireu ( do hebraico nazir נזיר da raiz nazar נזר "consagrado", "separado"), dentro da Torá é o termo que designa uma pessoa que consagra-se a Deus por um tempo determinado. Segundo a Bíblia, a marca mais comum da separação desta pessoa - que podia ser um homem ou uma mulher - era o uso do cabelo não cortado e a abstinência do consumo de vinho ou qualquer outro alimento feita de uva.
É curioso que voto (neder) e nazireu (nazir) vêm, segundo R. de Vaux (p.503), de ndr e nzr, duas raízes sinônimas que têm que ver com consagração, interdição, separação. O nazireu era santo ao SENHOR,