Mercosul
No caso específico da Argentina e do Brasil, que são as duas maiores economias, vigorosas políticas econômicas liberais, associadas à adoção de câmbio do tipo crawling peg, criaram um quadro pouco favorável à integração regional devido aos crescentes déficits comerciais e ao endividamento interno e externo. A situação tornou-se circunstancialmente insustentável, levando o Brasil a mudar radicalmente sua política econômica e cambial em 1999, acarretando fortes reflexos sobre os fluxos comerciais intra-bloco A Argentina, por sua vez, resistiu inicialmente às mudanças, mas viu-se obrigada a fazê- las num quadro econômico e social muito mais difícil, comprometendo ainda mais o processo de integração. Entre 1997 e 2003, houve retração do volume de trocas, de cerca de 38%.
A redução do comércio regional levantou a suspeita de que a integração regional assentava-se em bases frágeis. De fato, os fluxos de comércio intrabloco, em relação ao
PIB regional, sempre foram bastante modestos, tendo atingido, em 2003, menos de 4%.
Resta saber quais seriam as causas dessa timidez. Este artigo procura oferecer algumas reflexões acerca dessa questão, com ênfase nas suas repercussões nos mercados de trabalho, e examina as relações entre legislações nacionais de mercado de trabalho e seus potenciais efeitos sobre o comércio regional.
Desde o início, o Mercosul criou expectativas de que poderia favorecer os mercados de