MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO: UMA REALIDADE?
Cristina Freitas Gonçalves Lima Carvalho
Resumo:
Partindo da análise de várias entrevistas que discutem o processo de mercantilização do ensino superior, bem como de artigos trabalhados no mestrado, na disciplina Políticas Educacionais; o presente trabalho objetiva apresentar e refletir sobre essas discussões, abordando a complexidade destes processos de uma forma geral e observando a lógica mercantilista que acaba se refletindo no ambiente acadêmico.
Palavras Chaves: ensino superior; mercantilização; ambiente acadêmico.
Desde a segunda metade da década de 1990, a educação superior no Brasil percorre um caminho de significativas transformações, consolidando uma ampla reforma desse nível de ensino. Desde Fernando Henrique Cardoso até nosso atual presidente Lula da Silva, as políticas educacionais colocadas em prática foram organizadas e elaboradas de acordo com as exigências de um Brasil capitalista, neoliberal e que possui uma visão de educação voltada para a promoção e expansão do mercado educacional privado.
É importante salientar que a privatização do ensino superior será aqui discutida para esclarecer algumas das posições nas quais podem, claramente, ser vistas no âmbito educacional atual, no que tange às posturas do Estado no cumprimento de seu papel, incumbido constitucionalmente de promover a educação pública, gratuita e de qualidade.
Devido à ascensão das políticas neoliberais na década de 1990, o ajuste fiscal e a implantação de um Estado mínimo; houve um controle nos gastos públicos de grandes dimensões, bem como o início da privatização de empresas estatais e de serviços públicos. (MANCEBO, 2004). O estado, portanto, restringiu suas funções a uma “ação redistributiva” dos bens sociais e ao cumprimento de garantir a ordem e a segurança. Através da privatização e da constituição do setor público não estatal, o exercício do poder do estado tornou-se