Mercado
Seria possível defender que o marketing existe, como atitude e estratégia, desde que existe um sistema de trocas organizado. Mais é incontroverso que se trata sobretudo de um fenómeno do século XX ou, mais precisamente da segunda metade do século XX. Não será excessivo caracterizá-lo como uma das grandes marcas civilizacionais do século, associado como está ao desenvolvimento da chamada sociedade de consumo.
O aprofundamento dos sistemas de livre concorrência, a crescente soberania do consumidor, como prática e ideologia, o enorme desenvolvimento das infra-estruturas de transporte e comunicação, a acelerada redução de ciclo de vida dos produtos e a crescente preponderância da distribuição na cadeia de valor conferiram ao marketing nos últimos 30 anos, uma importância cada vez maior na organização e estratégia das empresas. Ainda há poucos anos vulgarmente confundido com a publicidade que é apenas parte de uma das disciplinas, a comunicação o marketing adquiriu uma inequívoca autonomia e um novo estatuto no quadro das ciências empresarias. Transformou-se rapidamente numa função nuclear, transversal e por isso frequentemente dependente do primeiro responsável da Empresa. Desde a organização do negócio à sua configuração e organização, sem esquecer as tarefas de controlo e reporte, tudo passou a ter uma dimensão de marketing.
É relativamente recente a extensão de marketing ao sector de serviços, no qual se insere a actividade financeira. Influenciado pelas práticas do grande consumo, o marketing de serviços confrontou-se com as dificuldades e exigências de liderar com produtos desmaterializados, com a necessidade de vender o impossível. A segunda revolução informática, nos anos 80, veio dar profundidade e consistência a este processo, permitindo tratar sistematicamente enormes massas de dados e abrindo o caminho para as técnicas de segmentacao e