Mercado imobiliário e a taxa de utilização decrescente no capitalismo
Mercado Imobiliário brasileiro e a taxa de utilização decrescente
De
acordo
com
Mahfuz
(2001),
as
cidades
brasileiras
vêm
se
transformando em uma grande “Las Vegas”, onde tudo é falso e culturalmente irrelevante. As áreas urbanas estão se transformando em “cidades iguais”, onde os edifícios são caracterizados por uma grande falta de personalidade. O fenômeno pode ser explicado a partir da hipótese da perda de relevância do arquiteto como definidor do meio urbano, ou ainda pela decadência e a baixa capacitação da própria classe profissional: o que muitos arquitetos parecem estar esquecendo é que sua obrigação fundamental é dar ordem aos espaços que abrigam as atividades humanas, e não usar irresponsavelmente os recursos alheios como veículos de auto-expressão (MAHFUZ, 2001, s/n).
Existe a hipótese, porém, de que esse fenômeno se trata apenas da “ponta do iceberg” de um processo mais amplo, um desdobramento natural da inserção da produção do meio urbano na lógica do capitalismo avançado. Mészáros (2002), em sua abrangente análise sobre o sistema capitalista global, identificou o fenômeno denominado “taxa de utilização decrescente”, ou seja, a diminuição gradual do “tempo de vida” de uma classe ou categoria de bens de consumo (duráveis ou não): em sua tendência geral, o modo capitalista de produção é inimigo da durabilidade e, portanto, no decorrer de seu desdobramento histórico, deve minar de toda maneira possível as práticas produtivas orientadas-para-a-durabilidade, inclusive solapando deliberadamente a qualidade (MÉSZÁROS, 2002:636).
Por durabilidade, ou a falta dela, entendemos a deterioração prematura de um produto de consumo. Porém, podemos ampliar o conceito para uma
‘durabilidade formal ou estilística’; nesse caso, relevante à arquitetura e à produção do espaço urbano. Conforme a citação de