mercado financeiro
Pela primeira vez nos quatro últimos anos, o dólar passou a valer dois reais. O governo do Brasil reage a isso tranquilamente, mas os peritos falam de inflação.
A política influencia a economia. Boatos e conversas insistentes sobre a saída da Grécia da zona do euro, a derrota do partido da chanceler alemã Ângela Merkel nas eleições regionais e a posse dos socialistas na França – são estas as causas, - bem recentes, - que fizeram os jogadores dos mercados financeiros ficar de sobreaviso. O mercado brasileiro não constitui nenhuma exceção: no fim do dia, o dólar já era vendido por 2,003 reais. Foi ultrapassado o limite histórico! Aliás, neste dia todas as dezesseis maiores moedas mundiais sofreram a sobrecarga. Por enquanto ela é insignificante. Apesar disso os peritos começaram a falar do possível salto da inflação. O analista de um dos principais escritórios de corretagem do Brasil, Sidnei Nehme, declarou ao jornal O Globo que o governo deverá falar em voz alta da guerra monetária quando o real atingir a meta de 2,20 por dólar. O economista Eduardo Velho declara que a valorização rápida do dólar em relação ao real não representa nada de surpreendente. O que surpreende é outra coisa: a ausência da autoridade monetária vendendo moeda para conter esta rápida alta.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que o fortalecimento do dólar não preocupa o governo do Brasil, pois isso torna a indústria brasileira mais competitiva. No entanto, nos bastidores da equipe econômica há quem fale de que a alta brusca da moeda americana por causa dos abalos na Europa provoca o receio de crescimento rápido da inflação. Outro fator que confirma a possibilidade de crescimento da inflação é o ritmo cada vez mais baixo de incremento da economia brasileira e a queda dos preços de matérias-primas nos mercados internacionais. Existe mais um momento importante. O alto preço do dólar pode influenciar os planos do governo de