MERCADO DE TRABALHO

A educação comumente é vista como uma variável importante para o modo de inserção e participação no mercado de trabalho. Há uma crença de que quanto maior o nível de escolaridade, melhor a localização na escala sócio-profissional e de que o aumento da escolaridade conduz a uma mobilidade social ascendente. Contudo, a relação entre educação e mercado de trabalho é muito mais complexa, sendo influenciada por questões conjunturais e estruturais. Ao mesmo tempo, essa relação adquire contornos específicos quer se trate de homens ou mulheres, brancos ou negros. Esse artigo busca investigar o papel da educação no mercado de trabalho no período atual. Para tanto utilizou-se como base de dados a Pesquisa Nacional por Amostragem de
Domicílios – PNAD de 2006 e estabeleceu-se uma comparação entre dois segmentos populacionais: brancos (brancos e amarelos) e negros (pretos e pardos). Adotou-se também o recorte por sexo. O artigo está dividido em duas etapas, a primeira apresenta uma breve discussão sobre essa relação e a segunda apresenta os dados da pesquisa empírica.
1. A realidade do trabalho
Com a crise econômica dos anos 70 e a ruptura com o compromisso keynesiano-fordista, o mercado de trabalho dos países centrais começou a passar por importantes transformações. A transição do fordismo para o pós-fordismo é marcada por uma desregulamentação e pelo aumento da flexibilidade das relações de trabalho (KUMAR, 1997; HARVEY, 1999). Ao mesmo tempo, há uma mudança importante no processo produtivo que passa a valorizar cada vez mais o valor agregado aos produtos e não somente a quantidade de bens produzidos. E, enfim tem-se a introdução das tecnologias da informação e da comunicação, que é o elemento que marca uma nova fase do sistema capitalista e da organização da produção. Uma das características dessa fase é a diminuição do emprego industrial e o aumento de empregos no setor de serviços, embora haja
De acordo Castells, o emprego “normal”, ou seja, aquele