Mercado de trabalho
Segundo o estudo, a disparidade nos níveis de ocupação diminuiu, principalmente devido à criação de postos de trabalho. Com a melhora geral nos níveis de emprego, a diferença no total de desempregados entre negros e não negros caiu. Ainda assim, o desemprego na população negra foi de 11,9% no biênio 2011-2012, maior que entre brancos e amarelos, que foi de 9,1%. Olhando também para a diferença de gênero, o quadro mostra que as mulheres negras são as mais prejudicadas com o desemprego.
Apesar do avanço na ocupação, a diferença nos rendimentos continua grande. Na média geral, a remuneração por hora da população negra é 63,9% do que recebem os não negros. A desigualdade é maior nos setores em que a população negra está em menor número e nos quais os rendimentos são mais elevados.
O relatório do Dieese aponta que há menor acesso da população negra à educação, mas isso não dá conta de explicar as diferenças salariais. Em 2011-2012, 27,3% dos negros ocupados não tinham concluído o ensino fundamental e 11,8% tinham diploma de nível superior – entre não negros, os índices foram de 17,8% e 23,4% respectivamente.
Porém, o aumento de escolaridade não diminui a desigualdade, pelo contrário. O avanço escolar beneficia a todos em relação ao rendimento do trabalho, mas beneficia mais não negros. Na indústria de transformação, por exemplo, a desigualdade salarial entre os grupos de cor era de 18,4% no ensino fundamental incompleto e de 40,1% no ensino superior completo. “Os dados não dão suporte ao argumento de que o aumento da escolaridade para a população negra possa remover os obstáculos a sua mobilidade social. As perspectivas de igualdade racial no país, com o reforço do mito da ‘democracia racial’, tem como desafio melhorar o