Mercado de seguros
Francisco Galiza
Agosto/97
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SUMÁRIO:
I) Introdução II) Características principais II.1) Uma maior desconcentração empresarial II.2) Um baixo nível de especialização nas empresas II.3) Os ramos vida em crescimento II.4) A presença das instituições financeiras em seguros II.5) O fim do monopólio do IRB II.6) A volta dos acidentes de trabalho para o setor privado II.7) A entrada do Banco do Brasil no mercado de seguros II.8) A ofensiva das seguradoras estrangeiras II.9) A regulamentação do artigo 192 III) Um enfoque no nível de riscos das companhias de seguros III.1) Um período de transição em termos de risco III.2) Taxas de alavancagem em alta III.3) A chegada do conceito de classificação de riscos IV) Perspectivas futuras
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I) Introdução
Nos últimos vinte anos, o mercado de seguros brasileiro passou para a sociedade a imagem de um setor pouco dinâmico e com perspectivas restritas, sendo esse fato facilmente detectado pelas suas taxas de crescimento praticamente inalteradas, como revela o gráfico 1, dado a seguir. Essa impressão era válida não apenas para as companhias seguradoras - seus produtos e suas estratégias - mas também para as empresas de capitalização e de previdência privada aberta, todas elas subordinadas à fiscalização da SUSEP
(Superintendência de Seguros Privados). Para citar apenas um exemplo desta situação desalentadora, era até tradicional, nos artigos escritos sobre (e para) a área, uma frase que chegava a ser lugar-comum, “O mercado segurador brasileiro, com a participação de 1% do PIB, etc....”, tão grande esta impressão estava disseminada. Gráfico 1 - Participação do seguro no PIB - Brasil
Participação % 2 1,5 1 0,5 1970 1975 1980 Anos 1985 1990 1995
Entretanto, nos últimos três anos, podemos considerar que, sem nenhum exagero, o seguro no Brasil sofreu uma verdadeira
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transformação, com um acentuado crescimento na