Mercado de energia elétrica
A diferença entre o mercado livre de energia e o regular está exatamente nas vantagens e nas ameaças que ambos oferecem. No primeiro caso, há preços mais atrativos, mas como em todo o negócio ele implica riscos
Os altos índices de reajuste da tarifa de energia elétrica nos últimos anos, motivados pela privatização das concessionárias de energia do Brasil, têm despertado a atração dos consumidores para a oferta de energia no mercado livre. No Ceará, alguns setores que migraram do mercado cativo para o mercado livre de energia chegaram a economizar até 60% no custo mensal com o insumo.
Essa liberdade, entretanto, não está ao alcance de todos os consumidores. Somente usuários com demanda contratada igual ou superior a 500 quilowatts é que podem escolher seu fornecedor, sendo que unidades consumidoras com demanda entre 500 quilowatts e 3 mil quilowatts estão aptas apenas a comprar energia de fontes alternativas (fonte eólica, biomassa ou solar) ou de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). Só podem comprar energia de qualquer fornecedor consumidores com demanda a partir de três megawatts atendidos em tensão igual ou superior a 69 quilovolts. No caso dos “clientes novos” (consumidores ligados após 8 de julho de 1995), não existe a restrição da tensão de atendimento. Para eles, o único critério é que tenham demanda igual ou superior a três megawatts.
COMPETITIVIDADE. Mas existem vantagens reais em adquirir energia no mercado livre? Há segurança no negócio? De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sindtêxtil), Iran Ribeiro, a compra de energia no mercado livre conferiu mais competitividade às indústrias. No setor têxtil, onde o uso de energia é intensivo, a conta de luz proveniente do mercado cativo corresponde ao segundo maior custo das indústrias. Existem hoje no estado 12 empresas com capacidade (demanda igual ou superior a três