Mercado de capitais
Cenário externo pede cautela, mas BC decide manter postura 'incisiva'
Banco Central explica aumento de juros ocorrido na semana passada.
Copom vê 'demanda robusta' e 'esgotamento' da ociosidade da indústria.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília imprimir O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (17), por meio da ata de seu último encontro, quando a taxa básica de juros subiu para 10,25% ao ano, que a economia brasileira entrou em um "novo ciclo de expansão", com a demanda (procura por produtos e serviços) "robusta" em um "contexto de virtual esgotamento da margem de ociosidade na utilização dos fatores de produção" (uso alto do parque industrial, o que poderia ensejar a remarcação de preços).
A autoridade monetária lembra ainda na ata do Copom que o cenário externo, com crescimento das incertezas na Europa, introduziu "certa dose de cautela" nas análises sobre o cenário previsto para a inflação, mas acrescenta que, ao subir os juros na semana passada, prevaleceu o entendimento da diretoria do BC que competiria à política monetária [definição de juros] agir de "forma incisiva" para evitar que a maior incerteza, detectada em horizontes mais curtos, se propague para horizontes mais longos. A previsão do mercado financeiro é de que os juros continuem subindo nos próximos meses, e que terminem 2010 em 11,75% ao ano.
Demanda robusta
"A demanda doméstica se apresenta robusta, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão do crédito. Além disso, estímulos fiscais e creditícios foram aplicados na economia nos últimos trimestres, e deverão contribuir para a consolidação da expansão da atividade e, consequentemente, para a redução de qualquer margem residual de ociosidade dos fatores produtivos. Aos efeitos desses estímulos, entretanto, contrapõem-se os efeitos da reversão de parcela substancial das iniciativas tomadas