Mentes Perigosas
Se são prostitutas, por que são felizes?
Correlatos materiais da satisfação com a vida
Rildésia S. V. Gouveia
Leogildo Alves Freires
Rafaella de Carvalho Rodrigues Araújo
Layrthon Carlos de Oliveira Santos
Valdiney V. Gouveia
Resumo Este estudo objetivou conhecer a relação entre bens de consumo adquiridos e satisfação com a vida de profissionais do sexo em João Pessoa/PB. A influência dessa relação na satisfação com a vida é algo que não tem sido estudado empiricamente. Participaram do estudo
100 prostitutas com idades entre 18 e 46 anos (m = 26,2, dp = 7,00), a maioria solteira (71%) e com filho (73%). Estas responderam a Escala de Satisfação com a Vida, o Inventário de Bens de Consumo e perguntas demográficas. Os resultados indicaram correlação positiva entre bens de consumo e satisfação com a vida (r = 0,42), com os bens de consumo apresentando indícios de mediar a relação desta satisfação com o valor cobrado por programa sexual. Os resultados foram discutidos à luz das evidências sobre a importância de bens materiais para promover o bem-estar subjetivo em contexto de escassez, indicando-se estudos futuros que possam contribuir nesta área.
Palavras-chave: Prostituição. Satisfação pessoal. Felicidade. Economia.
Rildésia S. V. Gouveia
Psicóloga, doutora em Psicologia
Social, professora titular do Centro
Universitário de João Pessoa, Brasil
À esquerda
Leogildo Alves Freires
Psicólogo, colaborador do Núcleo de Pesquisa Bases Normativas do
Comportamento Social,
Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, Brasil
Nos registros históricos, a prostituição é apontada como uma das mais antigas ocorrências sociais, sendo comumente referida como das mais primevas profissões do mundo. A prostituição existiu em todas as sociedades ágrafas, principalmente porque, até meados do século XIII, não havia opções de remuneração para a mulher – que, para garantir sua sobrevivência econômica, deveria ser casada, fazer