Mentalidade de inovação
O que pretendemos com este capítulo é caracterizar o que vem a ser, para o Exército, uma mentalidade de inovação.
A principal limitação do estudo relaciona-se com a escassez de contribuições científicas sobre a criatividade e inovação aplicadas às instituições militares. A farta documentação a respeito do tema diz respeito ao mundo empresarial, embora em forma de inúmeros “manuais” que pretendem “ensinar” como desenvolver e manter a criatividade nas organizações sem, contudo, embasá-la adequadamente em uma pesquisa científica.
Procuramos adaptar os conceitos encontrados às particularidades do Exército Brasileiro com a pretensão de entender o processo de transformação pelo qual a instituição passa.
1.1 Contextualização
O Exército Brasileiro vivencia atualmente um processo de transformação decorrente da evolução do pensamento de defesa em nosso país, consubstanciado na Estratégia Nacional de Defesa (END) assinada em dezembro de 2008 pelo Presidente da República.
A END, “aponta para a necessidade de reestruturação das forças Armadas, visando atender as demandas de um complexo e incerto cenário mundial, o qual determina reflexões sobre a missão e relações das Instituições Militares com os demais segmentos do poder Nacional” (Programa O Profissional Militar do Século XXI, p.13).
Inicialmente, o Exército Brasileiro preparou e enviou ao Ministério da Defesa, em junho de 2009, seu plano de estruturação e de equipamento, denominado Estratégia Braço Forte que “em sua estrutura principal, constou de 823 projetos organizados em quatro grandes programas, a serem desdobrados em curto, médio e longo prazos (2014 -2022 -2030)” (BRASIL, 2010, p.24). Todo o processo de elaboração da Estratégia Braço Forte possibilitou o diagnóstico abrangente sobre a situação em que o Exército se encontra, tornando evidente que a mesma, provocará apenas efeitos restritos às estruturas físicas da Força, não implementando as alterações nas concepções política,