Meninos e Meninas de Rua: Educação, Violência

1942 palavras 8 páginas
Este artigo se propõe a discutir os sentidos que são produzidos em relação à pobreza, à violência e ao trabalho. Considerando as condições sociais, econômicas, culturais e políticas de exclusão de onde vivem, procurou-se compreender como os sentidos produzidos interpelam meninos e meninas na construção das identidades de gênero, raça, classe social e sexo, nos espaços da casa, da rua, da escola e da comunidade. Para isso, foram realizados 6 grupos de discussão e 16 entrevistas individuais com meninos e meninas, entre 15 e 18 anos, de uma 5ª e uma 8ª séries do Ensino Fundamental de uma escola municipal da zona leste de Porto Alegre, de uma comunidade carente. A análise e compreensão desses sentidos foram construídos a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da Produção de Sentidos, dentro do paradigma do Construcionismo Social. A pobreza produz um sofrimento e, esses são aspectos que fazem parte da vida desses jovens. A violência é tratada com uma certa naturalidade, mas ao mesmo tempo com uma preocupação, além de ser localizada geograficamente. Já o trabalho é usado como critério para identificar e caracterizar quem mora na favela, especificando, os que trabalham como pessoas honestas, e os que não trabalham como marginais ou bandidos.
Considerando as práticas cotidianas desses adolescentes, procurou-se compreender como estes constroem suas identidades a partir dos sentidos que são produzidos em seu cotidiano, nas relações que estabelecem, através das diferenças que os constituem. O processo de construção das identidades se dá nos espaços da família, da escola, da rua e da comunidade onde vivem, entre outros, os quais são constantemente atravessados por questões ligadas à pobreza, à violência e ao trabalho. Discriminação não é resultado da diferença, precisa ter um significado enquanto diferença nos permite legitimar o que somos. O poder é compreendido como força constitutiva de todo o tecido social. Na nova forma de pensar cultura, não apenas pensando

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