Meninos fortes, meninas frágeis: uma questão de genero
Ariana Isabela de Mello Ferreira e Midian Pereira Garcia [1]
Saionara Oliveira Bello Silveira[2]
Resumo: O presente artigo trata das relações de gênero produzidas e reproduzidas no contexto escolar. Objetiva trabalhar as diferenças entre os sexos, sem a idéia de inferior ou superioridade, a fim de propor uma reflexão sobre pré-conceitos historicamente construídos. As atividades foram desenvolvidas durante a Prática de Ensino no colégio Gardner – Kobrasol, São José, que pertence à rede particular de ensino, com crianças na faixa etária de 8 a 9 anos. Por meio de intervenções e observações, foram realizadas entrevistas, dinâmicas, atividades e jogos com a intenção de saber o que pensam sobre o assunto. O grupo revelou grande envolvimento durante as discussões, que foram enriquecidas com informações coletadas na família. Foi possível perceber que os papéis de gênero construídos histórica e socialmente são intensamente vivenciados no espaço escolar, o que demonstra a necessidade das instituições educativas reverem seus conceitos e suas práticas cotidianas no sentido de desmistificar medos, tabus e propor outros olhares e outras práticas sociais.
Palavras-chaves: criança – gênero – escola – família.
Palavras Iniciais
Parece que desde os primórdios da existência humana, homens e mulheres foram educados de forma diferenciada. Por conta de alguns mitos, criados ao longo dos tempos, a mulher ficou vinculada à fragilidade, passividade e submissão, quase sempre foi relegada a um segundo plano. Há muito que o lugar da casa reservado para as mulheres era a cozinha e depois o quarto. Suas atribuições sempre foram bem definidas: cuidar dos afazeres domésticos e da educação dos filhos. Aquelas que ousassem rebelar-se contra o poderio dos homens eram ameaçadas. Essas idéias postas na sociedade de que o mundo é dos homens, de que a eles foi designado o poder e a responsabilidade da direção