Menino macaco
“O trabalho educativo é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (Savianni, 2005, p.13).
Savianni distingue o ser humano de duas maneiras, o ser humano social e o ser humano biológico. O ser biológico vem ao mundo com suas características genéticas e isso não lhe dá garantias de desenvolvimento, pois nasce inacabado e a influência para sua evolução social e biológica vem do ambiente em que ele está inserido, é esta influência que molda e torna o ser adequado a uma determinada sociedade.
O menino macaco passou por muitas desventuras em seus breves três anos de convivência na sociedade humana, perdeu sua mãe por conta da picada de uma cobra e sofria maus tratos de seu pai, que estava sempre alcoolizado e violento, a sociedade apresentada ao menino não era segura para ele.
O desenvolvimento cognitivo de uma criança de três anos não permite que esta possa distinguir o que é certo e errado, nessa idade a criança se encontra em uma fase associativa, onde ela irá copiar mediador mais próximo, como o menino estava na floresta e convivia com os macacos adotou os métodos de linguagem, nesse caso corporal e não a linguagem falada e também os hábitos alimentares e a autodefesa.
Quando o menino foi trazido de volta para a civilização humana enfrentou novamente muito problemas, é mais fácil educar e socializar um bebe desde o nascimento do que uma criança com seis anos e uma formação cultural já pré-estabelecida, a adaptação é dolorosa e lenta. O menino era um atrativo para os moradores do vilarejo, e despreparados para tal acontecimento não sabiam lidar com ele, o deixavam irritado e cada vez mais desconfiado, para o menino aquele não era o seu porto seguro, era tudo novo e estranho. Somente com muita paciência