Menino De Engenho
Na obra “O menino de engenho”, de José Lins do Rego, busca-se identificar um pensamento social relativo à questão racial no Brasil na década de 1930, a partir da análise dos personagens negros presentes na obra do autor. A intenção do autor ao elaborar a obra, era escrever a biografia de seu avô, o coronel José Paulino, que considerava uma figura das mais representativas da realidade patriarcal nordestina; uma consistência bruta é recriada através da criatividade do gênero nordestino.
Lins do Rego criou seus principais romances, considerados fortemente autobiográficos, entre 1934 e 1942, época em que as velhas estruturas econômicas e de relações sociais dos engenhos de cana-de-açúcar se encontravam em nítido declínio. O romance tem como cenário a região limítrofe entre Pernambuco e Paraíba, o que pode ser deduzido pelas descrições da paisagem e da vida dos engenhos de açúcar. Os bandidos e cangaceiros, comuns na região, são mostrados como única forma de reação social de um povo oprimido.
A obra traz à luz um andamento crucial da História do país, comprovando que o processo de declínio dos antigos procedimentos de produção refletiu-se na narrativa dos romances, em que a violência, especialmente contra os submissos negros, tornou-se cada vez mais recorrente. Dessa forma, ela expressa como a ficção literária expressou o comportamento do poder indulgente, que passou a sentir-se arremesso pela inevitável inclusão do trabalho livre.
O menino Carlinhos, narrador da história, dá um certo tom de descoberta do mundo, caracterizando o engenho e os movimentos sociais que ali aconteciam. Nos mostra em relatos as arvores frutíferas do engenho, os banhos de rio, a moagem da cana, o preparo do açúcar, todas suas aventuras com os meninos que ali viviam. O tempo no livro é embasado no ritmo da colheita da cana, demonstrando o momento do plantio, colheita, processo e fabricação do açúcar, é todo voltado ao ciclo da cana-de-açúcar.
Seu avô José Paulino era a