Memórias de um sargento de milícias
Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
A narrativa, que se apresenta como uma sucessão de aventuras do jovem Leonardo, tem início antes mesmo de seu nascimento, relatando o primeiro contato entre seus pais, Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca, no navio que os traz de Portugal para o Brasil. Ambos trocam “uma pisadela” e um “beliscão” como sinais de interesse mútuo e passam a namorar. Maria da Hortaliça abandona o marido e retorna para a terra natal. Pataca, por sua vez, recusa-se a criar o filho, deixando-o com o padrinho, o Barbeiro, que passa a dedicar ao menino cuidados de pai.
Sobre o autor
Manuel Antônio de Almeida viveu em meados do século XIX, quando o Romantismo brasileiro estava no auge. Sua carreira foi interrompida por uma morte precoce, mas o escritor deixou uma marca profunda em nossa literatura: o romance Memórias de um Sargento de Milícias. Publicado em um suplemento que tratava, entre outras coisas, de assuntos políticos, integrava-se perfeitamente a ele, divertindo o público da época e dando o que pensar aos leitores de todos os tempos.
Período
A frase inicial do livro explicita o momento histórico em que se passa a ação: “Era no tempo do Rei”. Trata-se do início do século XIX, período em que D. João VI ficou no Brasil (1808-1821). Escrevendo algumas décadas depois, o narrador estabelece um diálogo entre seu tempo e o tempo da ação.
Lista de personagens
Leonardo: protagonista que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a que se refere o título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente nas últimas páginas do livro.
Leonardo Pataca: pai de Leonardo, um