memória

O prescrito e o real Com a revolução Industrial, o trabalho que antes fazia parte da vida passou a tomar conta do homem. A classe operária vivia em uma situação de grandes privações, o que fazia do trabalho um algoz que lhe ceifava a vida e a saúde. O movimento operário surgiu nesse momento com uma bandeira de luta pela vida. Após muitas conquistas e em um novo momento histórico, o movimento operário lutava ainda lutava pela melhoria das condições de trabalho, entretanto, o seu foco estava no corpo. Buscavam melhores condições para a manutenção da saúde do corpo. Surge aí uma preocupação que culminará na ergonomia. A partir da década de 1960, entretanto, um novo movimento foi surgindo no sentido de incluir dentre os fatores que trazem prejuízo no exercício do trabalho, aqueles prejuízos que atingem, para além da dimensão corporal, a dimensão mental. Principalmente com o aumento da atividade intelectual. Vale ressaltar que, com as suas devidas exceções, a partir desse momento um trabalho como a trabalho de produção literária seria pensado como uma atividade laborial que produziria sofrimento. Como herdeiro do segundo momento da luta operária, o da preocupação com o corpo, surge nesse momento uma contestação de que as regras estabelecidas para o exercício do trabalho, ou seja, aquilo que está prescrito, não condiz necessariamente com o real, ou seja com as condições não previstas que se interpõem neste processo. E é justamente nesta lacuna que se encontra o trabalho.
O prescrito surge aí como um conjunto de regras preestabelecidas para o desempenho do trabalho. Com o advento da preocupação da ergonomia e com o objetivo dos empregadores de se protegerem dos empregados, é comum que se haja um excesso de acréscimo ao prescrito. É verdade que tantas normas tornam o trabalho cada vez mais difícil de ser executado. Para além disso, o real emerge como aquilo que foge ao controle. As panes, os acontecimentos inesperados, os incidentes, imprevistos, os colegas de