Memória do Movimento Estudantil: A visão da Revista Veja sobre o Congresso de Ibiúna
Mariana Fontoura Lemos1
RESUMO
O presente artigo teve como objeto de pesquisa a 6ª edição da revista Veja, mais precisamente datada de 16 de outubro de 1968. Tal edição traz a manchete de capa com foto colorida e letras garrafais: “Todos presos – assim acabou o Congresso da ex-UNE”. A manchete refere-se ao XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes, a qual em 1964, com a lei Suplicy de Lacerda tornou-se ilegal junto com as Uniões Estaduais dos Estudantes (UEE’s). O XXX Congresso, também conhecido como Congresso de Ibiúna, foi duramente reprimido pelos soldados da Força Pública e agentes do DOPS que chegaram ao sítio localizado há 70Km de São Paulo, capital, na tarde de um sábado frio. A revista Veja apresenta em sua matéria certos fatos que realmente aconteceram, porém, omite e banaliza outros fatos os quais também aconteceram e que por mais que ela não os apresente, os jovens lutadores do povo e militantes do Movimento Estudantil da época contaram e ainda contam.
PALAVRAS-CHAVE
Movimento Estudantil. União Nacional dos Estudantes. Revista Veja. Memória. Congresso da UNE. Congresso de Ibiúna. São Paulo. Militantes. Militares. Ditadura Civil-Militar. Povo brasileiro.
INTRODUÇÃO
“Todos presos – assim acabou o Congresso da ex-UNE”. Esta era a manchete principal da capa da 6ª edição da revista Veja, em 16 de outubro de 1968. Só pela data, podemos destacar um dos piores momentos da Ditadura Civil-Militar, acompanhado de muita repressão, sendo que ainda nem tinha entrado em vigor o Ato Institucional Número 5 (AI-5), pelas mãos do ditador Costa e Silva.
Resgatar a memória do Movimento Estudantil brasileiro, o qual possuiu (e ainda possui) grande influência no desenrolar da sociedade, é um dever de quem pretende recontar a história do nosso país pelo viés e pela voz dos oprimidos e de quem lutou por um país mais soberano. No meio de toda essa história, entra a UNE – União Nacional