Memória do Chumbo
Os Anos de Chumbo ficaram conhecidos por ser o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil. Foram, provavelmente, os anos de maior progresso econômico da história recente do Brasil, apesar do avanço da inflação que ocasionava o aumento da pobreza e da grande desigualdade social, além do elevado grau de repressão política.
O documentário mostra como a ditadura militar ajudou a Operação Condor - criada para exterminar a oposição de esquerda aos governos ditatoriais - estiveram presentes no futebol. Muito já tinha se falado sobre o envolvimento do futebol e política e como o esporte foi usado como propaganda por esses regimes autoritários. O futebol e o povo são dois elementos que sempre estiveram unidos e com frequência políticos e ditadores especularam com essas conexões de identidade. Mussolini usou as vitórias da seleção italiana para fortalecer o regime fascista, assim como para os nazistas o futebol era uma “Questão de Estado”.
Documentos e passagens reveladoras dos Anos de Chumbo no Brasil e da seleção que foi mais utilizada pelos militares: o canarinho de 1970. Com um arquivo enorme de pesquisa, esse período onde os setores conservadores temiam a “ameaça vermelha”.
Ditaduras tem o poder de confiscar símbolos nacionais e por aqui isso foi muito bem feito. O programa detalha a perseguição implacável a João Saldanha. Comunista convicto, que foi derrubado do cargo de técnico da Seleção pela ditadura e sofreu uma perseguição dos militares, sendo inclusive proibido de fazer a cobertura esportiva da delegação brasileira no México. Então contratado pela BBC para fazer artigos sobre a copa, Saldanha teve credenciais negadas pela então CBD em virtude de seus comentários considerados “revolucionários”.
Memórias do Chumbo traz “furos jornalísticos” como o caso do major Roberto Câmara – torturador do regime – que foi o chefe de segurança da delegação brasileira na Copa do México; uma entrevista