memorias postumas de brás cubas
A obra é de Machado de Assis em que a autobiografia de Brás Cubas, personagem que, depois de morto, resolve escrever suas memórias, na condição de "defunto-autor", que lhe permite analisar com ironia o comportamento humano e avaliar com auto-ironia as suas próprias atitudes.
Brás Cubas revela e analisa não só os motivos secretos de seu próprio comportamento, mas também expõe as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” possui um desenvolvimento lento e flui seguindo o ritmo dos pensamentos do narrador. O livro começa com o relato dos últimos momentos de Brás e só depois passa a contar a sua biografia em uma ordem cronológica, desde o nascimento até sua morte. É por meio de fracassos amorosos que o narrador, o próprio Brás Cubas, que se intitula defunto-autor, expõe a condição em que a sociedade encontra-se: podre como um verme. O morto Brás Cubas já saúda o leitor na abertura da obra com a seguinte fala: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. No Capítulo VII, "O Delírio", narra o que antecedeu ao óbito.
No Capítulo IX, "Transição", principiam propriamente as memórias. Brás Cubas começa revendo a própria infância de menino rico, mimado e endiabrado: desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava mostras da índole perversa quebrando a cabeça das escravas quando não era atendido em algum querer ou montando num dos filhos dos escravos de sua casa, o moleque Prudêncio, que fazia de cavalo. Aos dezessete anos, Brás Cubas apaixona-se por Marcela, "amiga de rapazes e de dinheiro", prostituta de luxo, um amor que durou "quinze meses e onze contos de réis", e que quase acabou com a fortuna da família. A fim de se esquecer dessa decepção amorosa, o protagonista foi enviado a Coimbra, onde se formou em Direito, após alguns anos de boêmia desbravada, "fazendo romantismo prático e