Memorias de um sargento de milicias
As margens da vida. É assim que poderíamos definir o assunto principal do único romance de Manuel Antonio Almeida. Estamos diante de um dos mergulhos pioneiros nessa margem social do Brasil, que até então a literatura evitava. Estamos diante de uma das primeiras tentativas de ser fazer crônica de costumes da cidade do Rio de Janeiro, desde suas classes sociais mais marginalizadas. E, para isso, o autor recorre a esses grandes agregados humanos que são colocados em sua paginas com leveza, humor e agilidade.
Foi por isso que os críticos viram Memórias de um sargento de milícias como a passagem do Romantismo ao Realismo. Mais precisamente, como uma obra com forte inspiração romântica, mas que acaba deitando raízes em aspectos mais diretos da vida da sociedade, enquadrando o homem a partir de sua própria imagem sem idealizá-lo.
Linguagem
Em Memórias de um sargento de milícias a linguagem é leve, objetiva, ágil, e quase jornalística. Isso se em parte, o próprio suporte que a acolheu o folhetim. Nele, o autor usa expressões como gírias, ou seja um vocabulário urbano e mais que isso, popular, coloquial, próprio da fala das classes sócias mais baixas.
Resumo
Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
“Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais flertaram, ao se conhecer no navio