Memorial
D. Maria Ana está de luto pela morte do seu irmão José, imperador da Áustria. Apesar de o rei ter declarado luto, a cidade está alegre, pois vai haver um auto-de-fé. É domingo e os moradores gostam de ver as torturas impostas aos condenados. O rei não irá participar na festa, mas jantará na Inquisição juntamente com os irmãos infantes e a rainha. A mesa está recheada de comida, e o rei não bebe, dando o exemplo.
Nas ruas, o povo furioso insulta os condenados e as mulheres nas varandas gritam, dizendo que a procissão é uma serpente enorme. Entre este mar de gente, encontra-se Sebastiana Maria de Jesus (condenada ao degredo em Angola), mãe de Blimunda, que procurava a sua filha, imaginando-a também condenada ao degredo. Acaba por ver a filha entre as pessoas que acompanham o Auto, mas sabe que ela não lhe poderá falar, sob pena de condenação. Blimunda acompanha o padre Bartolomeu Lourenço e perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, a quem ela se dirige e cujo nome procura saber.
Quando regressou a casa, Blimunda levou consigo o padre e deixou a porta aberta para que o recém conhecido também pudesse entrar. Jantaram. Antes de sair, o padre abençoou o casal. Blimunda convidou Baltasar a morar em sua casa, pelo menos até que ele voltasse para a Mafra. Deitaram-se, Blimunda era virgem e entregou-se a ele. Com o sangue escorrido, ela desenhou uma cruz no peito dele. No dia seguinte, ao acordar, Blimunda, sem abrir os olhos, come um pedaço de pão e promete a Baltasar que nunca o olharia "por dentro".
Capitulo VI
Este capítulo começa com Baltasar Sete-Sóis a realçar a importância do pão para os portugueses e o facto dos estrangeiros que vivem em Portugal estarem fartos de comer pão. Assim, eles produziram e trouxeram dos seus países os seus alimentos e vendiam-nos muito mais caros, sendo difícil aos portugueses comprarem-nos. Depois, Baltasar conta a história caricata de uma frota francesa. Quando esta chegou a Portugal, os portugueses pensavam