Memorial do convento
“Memorial do Convento”
Título da obra
Memorial - (…) escrito em que se descreve qualquer coisa que se pretende guardar na memória (…) Escrito que relata actos memoráveis.
Do Convento – (Convento de Mafra) - Edifício português construído por ordem de D. João V entre 1717 e 1744, sendo o seu enorme custo suportado pelas remessas de ouro do Brasil. É obra do arquitecto João Ludovic.
O Convento de Mafra liga-se ao sonho dos frades que aproveitam a oportunidade de terem um convento, mas reflecte, sobretudo, a magnificência da Corte de D. João V e do poder absoluto, que se contrapõe ao sacrifício e à opressão do povo que nele trabalhou
Assim, o título sugere memórias evocativas do passado delimitado pela inquisição, passarola e sobretudo pela construção do convento de Mafra, nomeadamente com o que de grandioso e de trágico representou como símbolo do país.
O autor escreverá o memorial para resgatar o papel dos oprimidos que o construíram. Rei e rainha são representantes do poder, da ordem e da repressão absolutista.
Distinção do que é ficcional do que é histórico
Saramago faz a Contextualização da história do sec. XVII, nomeadamente, em 1707, quando D.João V é aclamado rei, durante a Guerra da Sucessão de Espanha. A obra passa-se no reinado de D. João V, séc. XVIII, época de luxo e grandeza. D. João V é influenciado pelos diplomatas, intelectuais e estrangeirados. Constrói o convento em Mafra por querer ultrapassar a grandeza do escorial de Madrid e para celebrar o nascimento do seu primeiro filho (a princesa Maria Bárbara). A Inquisição ocupa-se com a ordem religiosa e moral e as suas vítimas são: cristãos-novos, judeus, hereges, feiticeiros, intelectuais.
Assim, este obra é uma narrativa histórica que entrelaça acontecimentos e personagens verídicas com seres fictícios. O Objectivo do narrador é fazer conviver as personagens históricas, nomeadamente D.JoãoV, a rainha D.Maria Ana, o padre Bartolomeu Gusmão,Scarlatti com as fictícias,