Memorial do convento cap 22 joão elvas
Mas, quem diria que João Elvas iria com os seus 60 anos, acompanhar o rei ao rio Caia para fazer a troca das princesas? Obviamente não vai de coche nem a cavalo, será simplesmente mais um dos vagabundos a escoltar a família real.
João Elvas partiu então de Lisboa com destino a Aldegalega para assistir ao desembarque das carruagens, durante toda a sua viagem pergunta aos trabalhadores da caravana real de que são feitas as carroças, de onde vêm os materiais, etc. E muita a gente lhe responde por ele ter ar de velho experiente.
(…)
Ao passar o cortejo real, João Elvas sente-se ignorante pois não sabe de pormenores nenhum, quem vai dentro da carruagem e porquê etc, mas, para sua sorte chega um fidalgo conhecedor de tudo o que se passa na corte, e explica pormenorizadamente todas as pessoas e cargos dos que ali passam. Ao passar o rei o fidalgo alerta João Elvas que aquele é um momento único e inesquecível na vida de Elvas, devido á grandiosidade do rei.
Após a chegada da comitiva da Rainha a vendas novas, a continuação da viagem é dificultada pelo mau tempo que se fez sentir, obrigando todo o cortejo a pernoitar ali.
João Elvas adormece mas é interrompido pelo Fidalgo que antes lhe dera informações que lhe comunica que se quiser acompanhar o rei terá de acordar ás 3, mas Elvas deixa-se dormir.
Quando acorda o tempo é horrível, um temporal de tamanha dimensão que se não vier um arzinho de sol, será o casamento + triste que alguma vez se viu.
Apesar de tudo isto a Rainha decide partir para Évora nessa mesma noite, como era de esperar os coches caiam permanentemente em poças de lama, então toda a comitiva