memorial de formação

1 Memórias e experiências da infância.
As memórias mais antigas que tenho são de meu pai muito presente, brincalhão e contador de histórias, tanto que todas as noites nos contava histórias e casos vividos no Nordeste. Minha mãe uma mulher guerreira e trabalhadora, por este motivo, desde muito cedo eu e minha irmã precisamos cuidar da casa e do nosso irmão mais novo.
Aos seis anos ingressei na pré-escola, minha primeira professora se chamava Cida, ela usava lenço no cabelo e conversava baixo. Eu amava as cantigas de roda e os trabalhos manuais. Um fato que muito me marcou foi um dia na hora do recreio derramei leite na mesa e em meu uniforme, a servente gritou histericamente comigo e me mandou ir ao banheiro me limpar. No caminho a professora Cida me encontrou e perguntou o que houve porque eu chorava tanto. Consolou-me carinhosamente, fato importante para minha autoestima e controle emocional no momento.
Na primeira série fui alfabetizada através da saudosa cartilha. Meu professor se chamava Antonio, ele era divertido, porém impunha respeito e disciplina.
Na segunda série tive uma professora muito crítica e perfeccionista, para ela nada estava bom, minhas notas foram baixas somente nesta série.
Na terceira série estudei com a professora Vanda que gritava muito e vivia estressada, creio que ela não gostava do que fazia e nem tinha consciência do seu papel. Certa vez ela deixou um dos alunos trancado na sala de aula na hora do recreio, quando voltamos ele havia urinado no chão por não aguentar esperar. Até hoje me recordo da expressão de tristeza e impotência percebida em seu rosto. A professora o humilhou em frente a todos e ele chorou muito e ninguém pode fazer nada.
Na quarta série o professor era o Gilberto, ele era o “cara”, espontâneo, alegre, suas aulas apesar de simples, eram muito ricas, ele amava o que