MEMORIA DAS CIDADES
No texto, o trata de uma característica comum e moderna desta virada de milênio, a valorização pelo passado das cidades, pela restauração/ preservação/ revalorização e a justificativa para essa valorização, que se baseia na necessidade da existência de uma nova relação de identidade entre homens, mulheres e os espaços por eles ocupados no planeta.
A sociedade que tinha sua visão de mundo voltada para o futuro e o progresso, propostos com efeito pelo Iluminismo, apoiados pela dialética fundamental da constante evolução e da tecnologia, se chocam com os acontecimentos dos últimos três séculos, respaldados pelos horrores da guerra, da fome, os holocaustos, a capacidade autodestrutiva adquirida pela humanidade, e regressam, pois é no período de ruptura e transição que as atenções, segundo o autor se voltam para o que há em nossas memórias.
No Brasil, um país de cidades novas, existe muito pouco em vestígios materiais do passado, o Rio de Janeiro, Salvador, Ouro Preto e Olinda, se orgulham da preservação de alguns poucos patrimônios históricos, mas a maioria foi arrasada pela ideia de modernidade, a fé no país do futuro se tornou uma idealização acolhida pelas elites modernizadoras que apontavam comportamentos conservadores como atraso e subdesenvolvimento.
As memórias das cidades se dividem, em memórias individuais e coletivas, a primeira baseia-se na busca de referenciais da infância e da juventude, materializados na mente, talvez uma busca que esteja ligada além das questões do tempo, mas também de algum espaço que esteja perdido nas lembranças; a segunda é uma memória objetiva, de um espaço real, sem influências de lembranças daquilo que se quer lembrar; dessa forma, sobre o dimensionamento das memórias, a memória coletiva envolve a memória individual, mas não se confunde com ela.
A cidade é um referencial que não permite que a memória dos indivíduos fique perdida no tempo, de modo que