Memoria coletiva e o espaço
A memória é então o passado se encontrando no presente, e o espaço é fundamental para isto, pois as recordações serão sempre vivas ao deparar-se com ele.
É claro que pensando na sociedade atual, a memória coletiva parece decompor-se devido à pluralização das sociedades; os indivíduos pertencem a uma pluralidade de mundos, o espaço se fragmenta e consequentemente a lembrança também sofre o mesmo processo.
Halbwachs nos dá a entender que é impossível uma memória absolutamente individual porque ela depende de outros, portanto evidenciada e reconstruída socialmente. Há também um outro elemento que ele denomina de memória histórica e traz uma relação entre a memória coletiva e esta memória histórica.
Mas além da presença dos outros há a presença de pontos de referência que existem externamente e que são fixados pela sociedade. Para distinguir melhor, Halbwachs usa outros termos que parecem elucidar de forma mais clara: memória interior e memória exterior, ou memória pessoal e memória social, ou ainda memória autobiográfica e memória histórica.
Para ele a primeira se auxilia da segunda, pois toda a história de nossa vida forma parte da história em geral.
Ao distinguir a memória coletiva da memória histórica, Halbwachs afirma que a memória coletiva é múltipla, pois se trata da memória de um determinado grupo, enquanto que memória histórica é única.
Para Maurice Halbwachs, em A Memória Coletiva, essa apropriação do espaço acontece quando os pensamentos e as ações dos indivíduos se vinculam às imagens exteriores, ou seja, quando há a sedimentação dos hábitos dos indivíduos à materialidade que os cerca.
As cidades, aglomerações humanas por excelência, mais do que o conjunto de ruas, prédios, praças e monumentos, se definem como espaços de relações sociais e pessoais, e são estas que constroem sua imagem, sua identidade, seu valor afetivo e efetivo. A cidade é resultado de seus atributos físicos, naturais, como a