Memo
Acção
✓ Um dos temas principais é a construção do convento de Mafra como consequência de uma promessa feita pelo rei D. João V aos frades franciscanos, sem cuja intercessão “divina”, ao que parecia, não poderia ter herdeiros.
✓ Este tema, nuclear e recorrente em todo o romance, serve para o escritor interpretar um facto histórico do seu país cujo custo e esforço humano questiona em tom irónico, sobretudo quando se refere ao rei e à rainha, à Igreja e à Inquisição. Os seus comportamentos e decisões provocam o sacrifício e a morte de muitos cidadãos que se viram obrigados a participar num projecto de que não foram promotores, mas sim autores materiais.
✓ Esta é a História, com maiúscula, que o autor julga a partir do presente como distanciamento e o sentido crítico dum observador mais ou menos imparcial. Mas por detrás, ou junto da História encontra-se a história desses seres humanos que, com a sua vida e seu trabalho diário, constituem o passado histórico de um país. Dentre esses seres anónimos, José Saramago escolheu dois: Baltasar, maneta, alcunhado “Sete-Sóis”e Blimunda, «a que vê as vontades dos homens» e que, como companheira de Sete- Sóis, o autor chamará “Sete-Luas”.
✓ A história de amor destas duas personagens é outro tema central deste romance. Um amor simples, natural, que não necessita de muitas palavras, porque se alicerça na profunda convicção de que estava marcada pelo destino. Graças a este par, ao trabalho dos dois e aos poderes extraordinários de Blimunda, o padre Bartolomeu de Gusmão pode construir o seu sonho: a máquina de voar, a passarola.
✓ O desejo de desafiar os pássaros mediante um artefacto criado pelo Homem é o terceiro tema do romance. Constitui uma das utopias do século XVIII, em que se desenrola a acção, e as vontades dos homens aprisionados por Blimunda para que a máquina se eleve da terra convertem-se no símbolo do que o ser humano pode conseguir com vontade e