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TEORIA ORGANIZACIONAL: UM CAMPO HISTORICAMENTE CONSTEXTADO
27 de março de 2014
Leonardo de Souza e Silva Lucifora
Reed começa seu capítulo invocando Saint-Simon vendo a “organização como forma de poder”. É claro que esse triunfo da ciência sobre a política terá, como sempre teve, resistência daqueles que detém o poder; a perspectiva salvacionista, redentora, da ciência é um modelo imposto pela tecnocracia a fim de reafirmar seu poder. Mas Reed (1999) buscou “reconstruir a história do desenvolvimento intelectual da teoria organizacional” e também as condições estruturais, enfatizando que a história de representações não neutras. Segundo a concepção de Gouldner (1980), a teoria organizacional é “um processo de ação e criação realizado por pessoas num período histórico específico”. Deste modo, podemos entender que uma teoria busca legitimar os conhecimentos e políticas de que ela é derivada. Dito isto, é mostrado seis perspectivas, Clássica, Funcionalista, Institucional, Crítico-Estrutural, Organizacional e Participativa, que são coerentemente estruturadas e difundidas (e defendidas) a partir de recursos simbólicos e discursivos que são utilizados para mediar o debate entre os especialistas. Na primeira, Gulick e Urwick, (1973) argumentam que “a divisão do trabalho é o alicerce da organização; é, de fato, a razão para que ela exista”. Veja que este modo de pensar, antiigualitário, normalmente defendido por empresários, destaca o trabalho intelectual do braçal, funcionando como “instrumento de controle embutido na estrutura forma da organização” (MASSIE, 1975), isto é, gerenciando e manipulando os comportamentos organizacionais. Já os funcionalistas estão concernentes com a forma que é combinada autoridade com o sentimento de comunidade entre os membros da organização. Alguns estudiosos, como Donaldson (1985), argumentam que a relação entre fatores internos e internos facilitariam a estabilidade da organização a longo prazo, de modo que deva