Mem Rias De Tom S De Alencar
Da minha vida imensas histórias tenho para contar, porém há sempre aquela mais especial, mais marcante é a essa marcante história da minha vida que irei fazer referência.
Esta é a história da minha relação com a família Maia. Acompanhei três gerações daquela família:
Afonso da Maia - um grande homem, um homem culto de gostos requintados, sempre generoso para com os amigos, que morreu envergonhado pela relação incestuosa de seus netos.
Pedro da Maia - o meu caro Pedro da Maia, a seu lado passei os melhores momentos da minha juventude, grande companheiro. Acabou também ele tragicamente com a sua vida, matando-se, não conseguiu lidar com a fuga da mulher, pobre coitado.
Carlos da Maia - filho do meu grande amigo Pedro da Maia, fui eu a primeira pessoa a vê-lo depois de nascer, fui eu que escolhi seu nome, não diretamente claro.
Antes de Carlos nascer, Pedro queria pôr-lhe o nome de Afonso, Afonso da Maia! Esse santo, esse varão de outras idades. Porém sua mulher, Maria Monforte, a qual tinha as suas próprias ideias bem definidas teimou em chamá-lo de Carlos, tudo por causa de um romance que eu lhe emprestara, sim no tempo em que ainda era permitido emprestar romances a senhoras, outros tempos...
Bom o que quero mesmo contar é um episódio que me aconteceu e que serve para vermos como a vida tem coincidências, encontros e reencontros. Esse episódio é o do Jantar no Hotel Central, um jantar que João da Ega promoveu para homenagear o banqueiro Jacob Cohen. Neste jantar concentraram-se intelectuais da sociedade lisboeta, mais do que uma festa de homenagem ao homem foi também uma oportunidade para se discutir alguns temas, como a literatura, as finanças e a política. Foi um jantar de emoções fortes, com grandes discussões, protagonizadas por mim e por João da Ega, mas já lá vamos. Primeiro quero falar do meu reencontro com Carlos da Maia.
Foi Ega quem nos "apresentou", o menino que vi nascer e ser criado estava já um homem, quem diria, como