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Saussure, Lyons e a partida de xadrez: comparar ou não comparar?
______. Lingua(gem) e Lingüística: Uma Introdução. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1982.SAUSSURE, F. Curso de Lingüística Geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
Matheus Rigobelo CHAUD1

Adentrando a bibliografia sugerida pelo Programa de PósGraduação em Linguística da UFSCar,preparando-me para o processo seletivo, iniciei a leitura de algumas obras básicas, como o famoso
Curso de Lingüística Geral, de Ferdinand de Saussure, passando pelos dois volumes de Problemas deLingüística Geral, de Émile Benveniste, e
Lingua(gem) e Lingüística, de John Lyons. Tendo lido apenas as quatro obras relatadas, algo me incomodou ao estudar essa última: uma crítica, talvez um pouco áspera,à comparação de Saussure entre a língua e a partida de xadrez. Como leitor iniciante, deixei este “sentimento mal resolvido” de lado e segui com meus estudos. Entretanto, quanto mais eu adentrava oterritório da Linguística, mais me sentia instigado a analisar o porquê de minha inquietação com os comentários de John
Lyons. Dessa análise, convido-os a uma reflexão sobre a crítica de
Lyonsàquela que talvez seja a analogia mais famosa na história da
Linguística.
Poderia parecer ambicioso de minha parte discutir a analogia associada a um dos pilares da tradição estruturalista iniciada porSaussure, a dicotomia sincronia-diacronia. Entretanto, não é exatamente este o objetivo. O intuito é explorar a fundamentação utilizada por
Lyons em sua crítica e, partindo dela, revisitar o papelda comparação enquanto ferramenta didática.
Como Saussure e Lyons usam a comparação
Saussure (2006) faz uso da analogia entre a língua e uma partida de xadrez para ilustrar a distinção entre osplanos sincrônico e diacrônico. Percebe-se, aliás, que o recurso a este tipo de figura de
1 Aluno de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de

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