Melhor escola ou escola igual para todos
Vitor Marques *
A escola é um elemento indelével da biografia de cada cidadão, um dos factores mais importantes de modelação da biografia individual.
Pode não se gostar da escola, mas não se pode ignorá-la! Mesmo quando alguém resiste ao dever escolar e desiste antecipadamente, esta influencia o seu destino social.
A imagem da escola está assim profundamente enraizada na estrutura social, quer como mecanismo de transição, quer como mecanismo de localização. A rápida expansão educacional cria uma ilusão de nivelamento das desigualdades sociais, sendo que, “a escola, ao tratar todos como iguais em direitos e deveres, transforma as desigualdades em fracassos escolares. E o fracasso escolar de um aluno, é o fracasso da escola” (Perrenoud, 2001).
Vem isto a propósito da mais recente polémica no domínio da educação, centrada em torno das escolas privadas com contratos de associação. Recorrendo à horrível, mas ainda inevitável, dicotomia esquerda e direita, pensam geralmente os primeiros que o Estado em nada deve contribuir para a “escola dos ricos”, invocando para tal o critério da igualdade (a escola deve ser igual para todos), e acham os segundos que, invocando o critério da livre escolha, cada um deve poder escolher a escola que quer.
Do meu ponto de vista (que não é mais do que a vista dum ponto) a discussão deveria ser levada muito mais além, e o que interessaria aquilatar e discutir seria o modo como o sistema pode ser melhorado e potenciado, mesmo tendo em conta os escassos recursos financeiros actualmente (in) disponíveis. Esse é que é o ponto e a séria questão!
Boas e más escolas, há-as públicas e há-as privadas. Os defensores destas, têm-nas como dando mais segurança aos pais, como detentoras de um clima mais familiar e mais empático entre os actores escolares, como portadoras de uma liderança mais assertiva e mais clara do que as escolas públicas. Na generalidade, penso eu, não têm, por exemplo, melhores