meio ambiente
Scielo Brasil.
Victor Kanashiro (Unicamp)
Mestrando em sociologia no IFCH-Unicamp, bacharel em economia (USP) e ciências sociais (PUC-SP) vikanashiro@gmail.com Resumo
Nas últimas décadas, a sustentabilidade tem sido apresentada como um dos principais desafios do século XXI. Cada vez mais presente nos discursos de diversos atores sociais, tem sido definida e interpretada por distintas tradições teóricas e disciplinares no campo científico. Com isso em vista, e inspirado numa sociologia do conhecimento da questão ambiental, este trabalho parte de concepções expressivas típico-ideais, construídas a partir de revisão bibliográfica, a fim de analisar, por meio de métodos quantitativos e qualitativos (análise de conteúdo), como a temática tem sido abordada e apropriada por acadêmicos brasileiros nos artigos da base Scielo Brasil.
Ainda que com as limitações impostas pelo método e pelo próprio objeto empírico, podemos sugerir, com base nos dados da pesquisa, que existe uma produção crescente de artigos sobre o tema no Brasil, essa produção é feita por cientistas de diversas áreas do saber, existindo maior heterogeneidade nas revistas de ciências humanas e sociais aplicadas e certa predominância das concepções da ecoeficiência e do ecodesenvolvimento na amostra de artigos analisada.
Introdução
Do ponto de vista histórico-político, o termo desenvolvimento sustentável foi utilizado para gerar consenso, de um lado, entre ambientalistas e desenvolvimentistas – cujo conflito pautou os debates da questão ambiental na década de 1970 – e, de outro, entre os países do Norte e do Sul
– cujas posições em torno da questão ambiental se mostravam bastante polarizadas (NOBRE,
2002).
Segundo Lélé (1991), a noção de desenvolvimento sustentável começou a ganhar proeminência internacional em 1980, quando a IUCN (International Union for the Conservation of Nature and
Natural Resources)