Meio Ambiente
As obras das décadas seguintes mudaram o curso do rio e o transformaram num canal com pouca vazão de água. Para piorar, suas margens foram limitadas com a construção de rodovias expressas, o que estimulou o assoreamento do solo e as enchentes.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Com o tempo, a urbanização desenfreada e sem planejamento trouxe graves problemas ambientais. O maior deles é o despejo diário de toneladas de lixo e esgoto sem tratamento. Atualmente, 80% da água do rio é composta por esgoto. Sua bacia hidrográfica recebe efluentes líquidos de 290 indústrias e 400 mil residências da Região Metropolitana de São Paulo.
Hoje, o Rio Pinheiros é considerado biologicamente morto, pois sua vida aquática é praticamente zero. A qualidade da água é considerada péssima e apenas organismos que não precisam de oxigênio conseguem sobreviver ali.
Os poluentes na água estimularam o processo de eutrofização, quando a grande quantidade de minerais (como fosfato e nitrato) induz à multiplicação de microrganismos, como as algas e bactérias decompositoras, que se alimentam da matéria orgânica e reduzem o teor de oxigênio dissolvido.
Em excesso, esses microrganismos também podem deixar a água turva, dificultando a entrada de luz e a fotossíntese de plantas. O resultado é a redução da oxigenação na água. Sem oxigênio dissolvido, os peixes e seres aeróbicos morrem e o número de bactérias anaeróbias (que vivem na ausência de ar) se eleva.
Além de matar a vida aquática, os poluentes são responsáveis pelo mau cheiro que incomoda quem passa pelo Rio Pinheiros e mora na região. O odor de ovo podre é resultado da decomposição de material orgânico por bactérias anaeróbicas