meio ambiente
A Conferencia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável
“Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas estará sempre propenso a crises ecológicas, entre outras… O desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos”.
Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Relatório Brundtland) — Nosso futuro comum, ONU, 1987
Há tempos a relação entre desenvolvimento, ambiente e saúde é reconhecida como indissociável. A ideia foi legitimada desde que, em abril de 1987, a ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, então presidente da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, divulgou Nosso futuro comum, o relatório que tornou público o conceito de desenvolvimento sustentável. Os temas passaram a ser compreendidos como interdependentes, o que exigiu de planejadores, técnicos e gestores uma concepção de desenvolvimento mais ampla, que incluísse, além do caráter puramente econômico, os aspectos sociais.
Assim, causou no mínimo surpresa aos formuladores do campo da Saúde que a proposta inicial, em janeiro, do documento oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o Rascunho Zero, ou O futuro que queremos, não fizesse referência à saúde humana. A divulgação do documento gerou reações imediatas, dentro e fora do campo da Saúde, e confirmou a complexidade que permeia o evento. Organizada em torno de dois eixos — Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável — a Rio+20 reunirá, de 20 a 22 de junho, 135 chefes ou representantes de Estado na conferência oficial e centenas de entidades e instituições da sociedade civil na Cúpula dos Povos, de 15 a 23 de junho, causou no mínimo surpresa aos formuladores do campo da Saúde