Meio ambiente e comércio exterior – problema ou solução
O Livre Comércio é a expressão da moda, talvez a mais manipulada no mundo de hoje.
Nos anos 90 a resistência dos movimentos sociais foi contra o modelo neoliberal, que então se associava aos planos de "ajustamento estrutural" emanados do Fundo Monetário Internacional e calorosamente apoiados pelo Banco Mundial.
Actualmente vivemos a "onda do livre comércio", que ultrapassou muito o significado tradicional da expressão livre comércio e hoje significa não só [...] comércio como a projecção global de uma estratégia de dominação imperialista que utiliza o neoliberalismo como seu modo de ser, mas que se ramifica e estende, constituindo um verdadeiro pacote integrado.
Hoje, quando ouvimos a expressão livre comércio nos lábios do governo dos Estados Unidos, do G-7, do FMI, do BM, isto significa muito mais que comércio e inclui a ALCA e as negociações da OMC, os Tratados Bilaterais e Plurilaterais de Livre Comércio e de Investimentos, os Acordos Regionais como o Plano Puebla Panamá, o Acordo Andino sobre Comércio e erradicação de drogas, os planos de militarização e repressão como o Plano Colômbia, a instalação de bases militares e a dívida externa.
[...]
Não é possível esquecer que o livre comércio, ao nascer como teoria com Smith, concedeu aos Estados Unidos uma crescente prosperidade com base na sua agricultura. Deviam ignorar as manufacturas industriais e aproveitar a sua vantagem agrícola enquanto importavam manufacturas britânicas. Mas personagens governamentais dos Estados Unidos, como Abraham Lincoln, fizeram tudo ao contrário e poderiam ser hoje qualificados pela retórica liberalizadora do governo de Bush como horríveis proteccionistas porque puseram o governo a desempenhar um papel activo para modificar a vantagem comparativa estática e criar outras vantagens que fizeram com que os Estados Unidos abandonassem o seu papel de país agrícola.
A história real não se compadeceu com a teoria