Megaeventos esportivos no Brasil
Seria motivo de muito orgulho, mas também se reflete em bastante preocupação.
Isso porque os problemas a ser enfrentados até lá são inúmeros: construção de estádios com verba pública e a custos indefinidos, falta de infraestrutura dos aeroportos e portos, dentre outros.
Todavia, o que mais preocupa é que tais eventos, por atrair a atenção de milhões de espectadores em todo o mundo, trazendo consigo o giro de bilhões de dólares, tornam-se celeiros férteis para a prática de inúmeros atos de corrupção.
Essa fertilidade aumenta ainda mais com a criação da medida provisória que cria o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), específico para tais eventos.
Essa medida provisória, além de violar os princípios da competitividade, isonomia e impessoalidade, busca a todo custo driblar a lei de licitações, permitindo a realização de contratos sem que haja um limite para o aumento de custos além do valor original. É praticamente “entregar o ouro para o bandido”.
Superfaturamento de obras e pagamento de comissões são exemplos de situações que podem resultar da realização desses megaeventos.
Não podemos nos esquecer do exemplo da África do Sul. Lá, até onde sabemos, todos os orçamentos foram estourados com uso do dinheiro do contribuinte e o país continuará pagando pelos prejuízos por algum tempo.
Eu sei que muito se falou sobre tais eventos, mas considero importante que o Brasil arrume a casa antes de realizar até mesmo a Copa do Mundo de 2014.
Corrupções em ministérios e presidentes de entidade esportiva respondendo pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro são situações que denigrem a imagem do Brasil perante a opinião mundial.
E não adianta simplesmente varrer a sujeita para debaixo dos tapetes. Em nome do esporte, a faxina tem que ser completa e efetiva,