Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde
Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde:
Veredas Interdisciplinares em Busca do “Elo Perdido”
Lisiane Raquel Wecker1
O autor, José Carlos Riechelmann, introduz o capítulo trazendo uma reflexão crítica sobre o nascimento da medicina ocidental, cuja visão psicossomática do ser humano era a principal característica. Entretanto, sua fragmentação histórico-política proporcionou uma desarticulação e descontextualização das ciências da saúde e seus profissionais, fazendo parecer novidade as propostas integradoras. Apesar da excessiva comparação do seu objetivo com a Arqueologia, o autor propõe-se resgatar os elos perdidos entre a medicina psicossomática e a psicologia da saúde.
O termo “elo perdido” é usado em alusão à teoria de Charles Darwin, designando uma hipotética espécie animal ancestral entre os macacos e os seres humanos.
No subtítulo, Escavar é preciso, José Carlos discursa sobre a “sonegação da oportunidade do saber como método de exercício de poder”, que provocou um esvaziamento curricular de conteúdos considerados subversivos, como sociologia, filosofia, psicologia e latim, e, consequentemente, eliminou o processo significação.
O conhecimento técnico, capaz de produzir bens e serviços, adquire, então, importância numa sociedade tecnocrata e medida pela produtividade de seus indivíduos. Desse modo, os profissionais da saúde conhecem apenas o corpo, executam técnicas e condutas diagnósticas e terapêuticas, e devem produzir com eficácia e eficiência.
Diferenciado
do
conhecer,
o
processo
de
saber,
fenômeno
sociopsicossomático, se dá na relação do eu com o outro, num movimento psíquico que evolui biologicamente e resulta em vivência emocional de prazer, fundamental para a apropriação do saber e para a definição do modo como se estruturam as relações sociais. A vivência de saber é uma experiência profunda, integradora e transformadora, cuja função é criadora. Para isso o autor chama atenção, dada a