medicina nuclear
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 42, n. 2, abr./jun., 2006
Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações
Rita Oliveira1,2, Delfim Santos2, Domingos Ferreira2, Pedro Coelho1,2, Francisco Veiga3*
1
Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, 2Faculdade da Farmácia da Universidade do
Porto, 3Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
*Correspondência:
F. Veiga
Faculdade de Farmácia
Universidade de Coimbra
3000-295 Coimbra, Portugal
E-mail: fveiga@ci.uc.pt
Os radiofármacos são compostos, sem ação farmacológica, que têm na sua composição um radionuclídeo e são utilizados em Medicina
Nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças. Para aplicações de diagnóstico em Medicina Nuclear utilizam-se radiofármacos que apresentam na sua constituição radionuclídeos emissores de radiação γ ou emissores de pósitrons (β+), já que o decaimento destes radionuclídeos dá origem a radiação eletromagnética penetrante, que consegue atravessar os tecidos e pode ser detectada externamente.
Os radiofármacos para terapia devem incluir na sua composição um radionuclídeo emissor de partículas ionizantes (α , β- ou elétrons Auger), pois a sua ação se baseia na destruição seletiva de tecidos. Existem dois métodos tomográficos para aquisição de imagens em Medicina
Nuclear: o SPECT (Tomografia Computarizada de Emissão de Fóton
Único), que utiliza radionuclídeos emissores γ (99mTc, 123I, 67Ga, 201Tl) e o PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que usa radionuclídeos emissores de pósitrons ( 11C, 13N, 15O, 18F). Os radiofármacos podem ser classificados em radiofármacos de perfusão (ou 1ª geração) e radiofármacos específicos (ou 2ª geração). Os radiofármacos de perfusão são transportados no sangue e atingem o órgão alvo na proporção do fluxo sanguíneo. Os radiofármacos ditos específicos contêm molécula biologicamente ativa, que se liga a receptores celulares e