medicina do trabalho

A medicina do trabalho - I
Luiz Pires Filho
Médico do Trabalho

O surgimento da medicina do trabalho em decorrência de uma evolução histórica, deu-se por volta do século XVIII, início do século XIX, na Inglaterra, nação pioneira da revolução industrial, capitaneada pelo motor a vapor de James Watt e pelas idéias liberalistas da Riqueza das Nações, de Adam Smith, que, juntamente com diversas mudanças tecnológicas, mudou de forma irreversível o modo de produção no mundo.
A era pastoril, agrícola, basicamente de subsistência, fora preterida, em processo que segue até os dias de hoje, em função da utilização da máquina em substituição ao homem. Tais mudanças e transformações desencadearam o surgimento do capitalismo como sistema econômico vigente.
Em contexto histórico, a aglomeração de trabalhadores nas fábricas em condições inadequadas era responsável por altos índices de acidentes e a proliferação de doenças que aumentavam consideravelmente as mortes e reduziam o ritmo de produção, cuja capacidade eram determinadas pelas máquinas. Sendo, todavia, a força de trabalho humana fundamental à industrialização que ainda engatinhava, foram necessárias a criação de medidas de controle e fiscalização, começa, então, a surgir a Medicina do Trabalho.
O ponto culminante da criação dessa especialidade médica vem com a criação da Lei das Fábricas, em 1833, constituindo-se a origem dos serviços de Medicina do Trabalho. O primeiro serviço médico de empresa foi criado em uma fábrica têxtil, quando seu proprietário contratou um médico para trabalhar na fábrica. De acordo com Mendes e Dias (1991: 342) despontam nesta iniciativa "os elementos básicos da expectativa do capital quanto às finalidades desses serviços". A partir de então houve a nítida separação entre local de trabalho e de moradia, tratando-se, portanto, de dois ambientes diferentes.
No decorrer dos séculos os estudos e desenvolvimento foram se aprimorando até chegarmos aos dias de hoje com a Medicina do