Medicamentos, auto-medicação
Escolhemos para tema deste trabalho “A Automedicação”, como repto ao desafio de, no âmbito da disciplina de Psicofarmacologia, desenvolver um estudo que fosse pertinente e, se legítimo, até polémico.
A Psicofarmacologia, enquanto disciplina, apresenta uma variedade de temas que poderiam ser abordados. No entanto, este tema relaciona-se com o nosso curso de Psicologia, na medida em que a automedicação passa também pelo comportamento de todas as partes envolvidas.
Esta questão que aparentemente tem sido encarada com indiferença ou consentimento, chega a níveis preocupantes de risco da saúde pública que urge confrontar e não adiar.
Apesar de muitos discursos e iniciativas neste âmbito ao longo das últimas décadas, na realidade mantemos níveis elevados de automedicação. Se pensarmos na quantidade medicamentos, e mais, do nosso interesse nos psicofármacos que são consumidos, podemos constatar que na sociedade actual o medicamento assumiu uma presença clara e constante nas nossas vidas, nunca antes imaginada.
Numa perspectiva futura, a farmacologia vai ao encontro de desenvolvimentos cada vez maiores que nos trarão com certeza novas questões.
A automedicação é um fenómeno frequente nos auto-cuidados em saúde desde há muito utilizado e, cuja ocorrência e distribuição, estão naturalmente relacionados com a organização do sistema de saúde de cada país.
A automedicação, por possuir uma dimensão ética associada ao direito e ao dever do individuo, esclarecida e responsavelmente, intervir no processo de saúde/doença, deve ser estruturalmente gerida pelo sistema de saúde sob pena de concorrer para o comprometimento do seu funcionamento seguro, eficaz, racional e económico. De facto, a procura de cuidados médicos gerais no ambulatório baseia-se nos conhecimentos individuais sobre o processo saúde/doença, na auto-percepção de saúde e na factualização dos problemas de saúde no contexto cultural, social, familiar e económico do doente, daí sobressaindo motivos