Medicalização
Atualmente grande parte dos medicamentos e feito de produtos químicos, e não mais naturais. Na sociedade contemporânea há uma busca desenfreada por explicações biológicas, fisiológicas e comportamentais que possam dar conta de diversos tipos de sofrimentos psíquicos, dentre estes, os mais frequentes são a ansiedade, estresse, depressão, síndromes, transtornos e fobias.
Nesta busca por alívio imediato dos sintomas, constata-se que cada vez mais pessoas depositam sua confiança em receitas rápidas que possam diminuir o mal estar sem se preocupar em buscar um sentido para este sofrimento. E nesse crescente processo de medicalizaçao da vida, acaba por transformar a saúde em uma mercadoria altamente lucrativa. Hoje as industrias farmacêuticas tem lucrado e muito com as doenças, ela é a segunda industria que mais arrecada dinheiro, e só perde para a industria belica. O grande perigo da situação descrita acima é que se cria uma perspectiva totalizadora do ser humano, na qual se pretende atribuir todos os problemas vivenciais, emocionais a uma explicação orgânica e, especialmente, genética. Assim, difunde-se a idéia de que existe um gene que poderia explicar o alcoolismo, as doenças mentais e a infelicidade, fazendo com que hipóteses duvidosas sejam divulgadas pela mídia como fatos comprovados (Leite, 2011).
Explicar e reduzir a experiência humana através de um saber totalitário, de categorias fechadas e limitadas, CID- 10 e DSM-IV, que oferecem explicações prontas para determinados comportamentos diminui o real do sofrimento e a angústia por não saber a razão deste sofrimento. Assim, percebe-se atualmente uma grande adesão a estas formas de explicação que reduzem e até mesmo impedem o homem de construir através de uma