Medicalização
PROFª: MÔNICA DIAS PALITOT
QUESTÕES NORTEADORAS
Em nosso sistema de ensino, o número de crianças consideradas inaptas para aprender assume caráter epidêmico. Quais os motivos? Por que um número tão elevado de estudantes não obtém sucesso na escolarização básica, acabando por acumular várias repetências e abandonando o sistema escolar?
Há crianças que não aprendem! Há crianças que não aprendem... Há crianças que não aprendem?
IATROGÊNESE
O termo “iatrogênese” sugere a abordagem a ser dada ao tema: iatrós (médico, em grego) e genè (origem). Portanto, iatrogênese é o nome dado à doença causada pelo tratamento médico, por remédios. Será possível conceber o fracasso escolar como “doença” produzida pela escola? Ou, se não, o que vem a ser o fracasso escolar? O não-aprender faz sofrer, angustia todos os envolvidos no processo. Mas é necessário que seja assim?
A história do fracasso escolar
A história do fracasso escolar relaciona-se à as concepções de deficiência e de doença mental. A noção médico-cientificista do nãoaprender está presente em toda a educação brasileira. E como concepção de realidade, abrangendo um grande número de teorias, ela não tem contribuído com subsídios enriquecedores.
Entretanto, torna-se alvo de críticas quando pretende ser a única explicação, e única fonte de solução, para todos os problemas. Fundamenta, dessa forma, soluções reducionistas e “ortopédicas”, reparadoras, privilegiando uma visão dicotômica do sujeito e do processo ensino/aprendizagem.
A história do fracasso escola
comportamentos “inadequados ao ambiente escolar”
As idéias que circulam no ambiente escolar são as de que as crianças com comportamentos inadequados são as faltosas, anormais, agitadas e desatentas, gerando queixas escolares, que aderem ao corpo das crianças, num misto de preconceito e de dificuldades para lidar com a diferença
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