Medicalização da vida
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A Droga da Obediência:
Medicalização, Infância e
Biopoder – Notas Sobre
Clínica e Política
The Drugs Of Obedience: Medicalization, Childhood And
Biopower –Notes On Clinic And Politics
La Droga De La Obediencia: Medicalizaciòn, Infancia Y
Biopoder – Anotaciones Sobre Clínica Y Política
Kely Magalhães Decotelli,
Luiz Carlos Teixeira
Bohrer & Pedro Paulo
Gastalho de Bicalho
Artigo
Universidade
Federal do Rio de Janeiro
PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2013, 33 (2), 446 - 459
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
2013, 33 (2), 446-459
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Kely Magalhães Decotelli, Luiz Carlos Teixeira Bohrer & Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Resumo: A questão do não aprendizado na escola vem sendo alvo de inúmeras pesquisas em diversas áreas do conhecimento, e, sobremaneira, na Psicologia. Parte das discussões gira em torno de indicar as origens ou as causas, em que se destaca o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, um problema orgânico, da alçada médica, cuja solução seria a Ritalina. Assim, rapidamente como se constitui o problema, se diagnostica e se resolve. Este artigo propõe uma reflexão acerca do não aprender, analisando de que forma isso é tomado como um problema, sendo a infância, ela mesma, forjada e apreendida sob o escopo da Medicina. Como disparador dessa questão, recorremos a uma abordagem crítica do uso abusivo da
Ritalina e ao conceito de biopolítica, que situa a gênese do saber médico no controle das formas de vida, constituindo um saber sobre os modos de viver, de ser criança. Muitas vezes, a Psicologia, como disciplina e campo de saber, incide nessa seara corroborando os processos de medicalização da vida. Propomos uma outra prática, imersa na problemática gênese biopolítica: uma clínica-política, na qual a Psicologia possa reapropriar-se das constituintes cognitivas e coletivas que compõem essa temática.
Palavras-chave: Distúrbios da atenção. Distúrbios da aprendizagem. Infância. Política