Mediação Intercultural
Fundamentar a educação de deficientes auditivos em uma teorização cultural contemporânea sobre a identidade e a diferença parece ser o caminho atualmente, ou seja, desenvolver uma intervenção tendo em vista promover melhores relações de convivência intercultural construtivas, transformadoras e de desenvolvimento.
Entramos em momentos que primam pela defesa cultural tendo a educação como papel fundamental na “diferença” e na mediação cultural.
“A interculturalidade orienta processos que têm por base o reconhecimento do direito à diferença e a luta contra todas as formas de discriminação e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas e igualitárias entre pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os conflitos inerentes a esta realidade.” (Candau, 2002:99).
O caráter impositivo e normalizador, muitas vezes, presente na escola inclusiva, nos obriga a refletir sobre o sofrimento desses/as alunos/as numa dimensão ético política, pois além da dor de ser considerado/a inferior, vivem, cotidianamente, a impossibilidade de se apropriar da produção cultural e se expressar de forma espontânea e direta.
“O procedimento da mediação cultural não rejeita a cultura ouvinte. A cultura ouvinte está aí como cultura, e a metodologia arma estratégias para a posição de diferença, para a afirmação cultural. Neste procedimento o processo inverte a relação de regulação. Não é mais o ouvinte que regula o surdo, que por sua vez não é mais o anômalo ou o excluído na sua inferioridade. É a cultura surda que regula o surdo em direção a seu ser diferente e a sua defesa diante daquilo que pode ser chamado de práticas discriminatórias, que mapeiam populações sobre marcas visíveis e transparentes de poder que as mantém na subalternidade”. (PERLIN; STROBEL, 2006,p. 29-31)
Nesse sentido, a criação de classes de surdos/as em escolas regulares com um número bastante expressivo de alunos/as surdos/as, que possibilite