Mediação: esporte rendimento e esporte da escola
Hugo Lovisolo
Ao longo de três números a revista Movimento promoveu a discussão do tema Esporte na escola e esporte de rendimento. Os colegas Bracht, Kunz
(2000, 12,) Gaya, Taffarel (2000/2, 13), Stigger e Vaz (2001/1, 14) escreveram artigos cientes de estarem participando da discussão de um tema polêmico, embora sem uma estrutura que permitisse a organização da polêmica. Como resultado, os artigos não possuem eixos ou questões comuns e, mesmo, alguns dos artigos apenas tangenciam o tema polêmico. Estaríamos, portanto, diante de uma polêmica entre aspas, como escreveu Vaz. O leitor tem a impressão de que cada autor desenvolveu seu tema independentemente. Creio que o texto de Bracht e o de Gaya, que assumiu um caráter aberto de debate com
Bracht, juntamente com o de Taffarel, podem ser considerados como dentro do tema.1 Os demais textos, embora emitam sinalizações importantes sobre pontos específicos, podem se considerados como externos à polêmica. Deixarei por essa razão para o final o comentário de alguns aspectos desses textos.
Fui convidado pelos editores para "mediar" as posições. Declaro que não sei muito bem o que significa, neste caso, mediar e também, que relidos os trabalhos a tarefa pareceu-me de fato bastante difícil. Tive vontade de renunciar ao amável convite, mas fiquei empenhado pelo compromisso com a palavra dada.
Mediar significa estar no meio, com os artifícios técnicos que realizam a comunicação mediada.
Conceitos e construções de pensamento funcionam como mediadores entre teorizações ou descrições de níveis do real. Mediar também signifi-
107
ca realizar operações simbólicas para que conhecimentos ou saberes de um campo se transformem em produtos ou processos inovadores de intervenção ou sejam levados como crenças ou orientações para a ação do não especialista. Por último, mediar significa tentar levar opositores ou antagonistas a algum tipo de acordo, como na